Wednesday, May 11, 2011

Quais livros marcaram sua infância??

Aproveitando o momento da Feira do Livro de Santa Maria e a campanha da ACMB para a arrecadação de livrinhos infantis (veja o post anterior!), uma das colaboradoras da ACMB revive suas leituras de infância e destaca a importância dos livros infantis no desenvolvimento da criança.

Eu tive o privilégio de aprender a ler cedo, em casa. Usando blocos de madeira com as letras do alfabeto, meu pai me ensinou a juntar as primeiras sílabas. Nunca faltaram livros, revistas e jornais em casa – e meus pais davam o exemplo lendo nas horas vagas. O resultado é que, desde pequena, sempre tive paixão por leitura e até hoje leio qualquer coisa que me caia nas mãos. Sou daquelas que, na falta de material mais interessante, lê até lista telefônica e bula de remédio! Na época do ensino fundamental e médio, eu preenchia várias carteirinhas da biblioteca todo ano. A bibliotecária acostumou com minhas visitas quase diárias e lembro de ganhar figurinhas como prêmio por ser uma leitora assídua. Mesmo tendo perdido a conta de todos os livros que li, algumas histórias marcaram minha infância – e lembro com carinho de certos livros especiais, daqueles que tocam o coração da gente e deixam lições que nos acompanham por toda a vida.

Um deles foi “A fada que tinha idéias” de Fernanda Lopes de Almeida. Na história, as fadinhas aprendem que não se deve sair por aí inventando mágicas que não estejam no Livro das Fadas. Mas vai dizer isso a Clara Luz! Uma fadinha questionadora e criativa, ela quer ter idéias próprias, como transformar bule de café em passarinho, dar vida às nuvens e colorir a chuva. "Quando alguém inventa alguma coisa o mundo anda", é o que ela diz. Mas nem todos aprovam comportamento tão original e inovador. Principalmente a Rainha rabugenta...
Acho que eu era meio “Clara Luz” quando criança – tinha idéias malucas que traziam um pouco de dor de cabeça à minha mãe, como quando desenrolei um novelo de lã ao redor da casa para ver quantas voltas dava, ou quando esvaziei frascos de perfume para criar minha própria fragância de pétalas de rosas misturadas com talco... O livro explica que criatividade sempre vai encontrar resistência, mas também ajuda as crianças a entenderem que ser criativo nem sempre significa ser “bagunceiro” ou estar errado.

Outros livros que marcaram minha infância foram Pollyanna e Pollyanna Moça – com seu “jogo do contente” toda a coleção Vagalume da Editora Ática, "A Mina de Ouro" e “O Menino do Dedo Verde” que conta a história de Tistu, um menino muito feliz, que nasceu e foi criado com todo o luxo que seus belos pais - donos da maior fábrica de canhões do mundo - podiam dar e o dinheiro podia comprar. Morava numa mansão - a "Casa-que-Brilha" - e tinha criados que o adoravam. Ao completar oito anos, seus pais decidem que já é hora do filho conhecer as coisas da vida e se preparar para, no futuro, assumir e dar continuidade aos negócios da família. No entanto, logo no terceiro dia de aula o menino é expulso do colégio por dormir durante as aulas. Com isso, os pais de Tistu decidem que a educação do menino se fará dentro de casa, sem livros, através de suas próprias experiências e observações. No dia de sua primeira aula com o jardineiro Bigode, Tistu descobre um dom excepcional: ele tem o dedo verde - o que significa que basta um toque de seu polegar para que surjam plantas e flores onde quer que ele encoste. Com as aulas do Senhor Trovões, ele entra em contato com a violência urbana cotidiana e conhece a infelicidade e a tristeza. Inconformado, Tistu decide mudar o mundo apenas com o toque de seu dedo verde, começando pela cidade onde mora, Mirapólvora.

Fiquei fascinada com o dom do menino, tanto que comecei a me interessar por ciências e criei um “laboratório” na casinha onde ficavam guardadas lenha e ferramentas para estudar plantas e insetos. O livro também ajuda a entender as diferenças do mundo e ajuda a criança no processo de transição entre o protegido ambiente familiar e o “mundo lá fora”.


Daiane é doutoranda e professora de Marketing em Toronto, no Canadá. Para entrar em contato com essa colaboradora da ACMB, mande um e-mail para daianepp@yahoo.com

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